segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um país se faz com homens e livros !!!

Hoje, 18 de Abril, é aniversário de nascimento de Monteiro Lobato, que nasceu em 1882, em Taubaté, São Paulo. Faleceu em 1948. São suas algumas das obras mais conhecidas  da literatura brasileira, como Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Memórias da Emília e O Pica-Pau Amarelo. Todas obras classificadas como literatura infantil. Não foi por outra razão que esta data foi escolhida para celebração do Dia Nacional do Livro Infantil, instituído por Lei Federal em 2002.
Porém, ele também foi escritor de livros e artigos jornalísticos voltados para o público adulto, de ficção (Urupês, Negrinha, O Presidente Negro e o Choque das Raças) e não-ficção (O Escândalo do Petróleo). Quem não conhece o polêmico artigo "A propósito da exposição Malfatti - Paranóia ou Mistificação?", no qual Lobato criticou ferozmente uma exposição da pintora modernista Anita Malfatti, em 1917, acusando-a de deixar-se levar por influências européias? Esse ataque à pintora conferiu-lhe (ou, mais provavelmente, reforçou) sua fama de reacionário, pelo menos entre os adeptos do movimento modernista, que em breve estariam à frente da Semana de 22.
Lobato, todavia, tinha sua própria concepção do que fosse 'moderno', centrada na idéia de progresso, com aquele viés evolucionista tão em voga na época. Nacionalista radical, comprou uma briga feia com vários segmentos da sociedade brasileira, inclusive com o Estado de Vargas, em nome da defesa da idéia de "riqueza nacional" - basicamente, minérios e petróleo - contra a suposta cobiça estrangeira. Chegou a ser preso duas vezes por causa de seus escritos sobre petróleo, inclusive uma carta que dirigiu ao próprio Getúlio. Imagina se ele estivesse por aqui hoje para intervir nos debates sobre o Pré-Sal, as matérias-primas nacionais e conhecimentos tradicionais que são 'exportados' e patenteados lá fora etc.
Esta citação breve, na qual critica os conservadores contrários às inovações técnicas e científicas trazidas, segundo ele, pela "influência americana" sobre a nossa sociedade, dá uma idéia de como esse reacionário podia ser moderno - e aparentemente contraditório - e nos faz lembrar que modernidade pode ter mais de um significado, como nacionalismo também: "O grande erro dessa casta de homens é confundir corrupção com evolução. Condenam as formas novas de vida, que se vão determinando em conseqüência do natural progresso humano, em nome das formas velhas. Logicamente, para eles, o homem é a corrupção do macaco; o automóvel é a corrupção do carro de boi; o telefone é a corrupção do moço de recados".
Lobato, Lobato, você ia amar a internet!

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